A pergunta recorrente em todos os anos em que se inicia a época desportiva é: Vamos entrar no Inatel?; Porque é que não entramos no Inatel?; e hoje evidenciou-se aquilo que já sabia ser a resposta.
Hoje foi por pouco que conseguimos o número mínimo de jogadores para fazer a deslocação ao campo da equipa Amoreiras-Gare. Eu estabeleci este contacto, dei a minha cara, dei a minha palavra e, foi por pouco, que não tive de engolir o orgulho e fazer um telefonema, admitindo que tinha falhado e não conseguiríamos a deslocação por falta de jogadores. Não só a minha palavra ficaria manchada como o próprio clube, especialmente os jogadores que o compõem, porque, verdade seja dita, nós precisamos muito mais deles do que eles precisam de nós.
E independentemente da maior ou menor validade dos argumentos justificativos das impossibilidades, a verdade é que sinto que não houve uma preocupação em, pelos menos avisar atempadamente. Imprevistos podem surgir com qualquer um, mas dentro das mensagens que recebi existiram caso em que bastava um pequeno "preparem-se porque afinal posso não conseguir ir" e isso já faria uma grande diferença.
Se isto tivesse acontecido apenas com uma pessoa este texto existiria? provavelmente não, mas a hipocrisia dessa decisão recai exactamente sobre o facto de ter ocorrido ao mesmo tempo, nas mesmas circunstâncias,a várias pessoas.
Passemos à Crónica.
Apenas mais uma pequena nota antes de começar, relembro que nesta crónica não será feita uma avaliação individual dos jogadores, ao invés será feita uma apreciação mais detalhada das incidências da partida.
Com o intuito de realizar mais um jogo amigável os Dragões deslocaram-se a Amoreiras-Gare para defrontar a equipa local, que actua no Inatel de Beja. Gravemente desfalcados os Dragões chegaram para encontrar a equipa local totalmente "remodelada" em relação à equipa que se tinha apresentado no campo do 1º de Maio, quinze dias antes, perspectivando-se um jogo mais complicado.
Os Dragões iniciaram a partida com um improvisado 5-3-2 e com a seguinte equipa: Hugo Severino, Vasco, Jordão, Luís Miguel, Amândio, Fábio, Flecha, Severino, Dani, Rui Jorge, Calvo.
De facto, a nova equipa encontrada, não mostrou apenas caras novas, mas um estilo de jogo renovado, a começar por uma entrada em 4-5-1 que se desdobrava em 4-3-3 tornando o meio campo muito mais compacto.
A primeira parte começou com um ligeiro ascendente dos Dragões que conseguiram exercer uma boa pressão a partir da qual partiam depois com controlo de bola para o ataque, donde resultaram algumas jogadas interessantes, mas nada que criasse verdadeiro perigo para a equipa adversária. Após este período inicial notou-se uma primeira quebra, afectando a pressão e afectando também a qualidade na posse de bola. A equipa local aproveitou a superioridade do meio campo e de forma inteligente foi fazendo a bola correr de um lado para o outro do campo desgastando os visitantes. A estratégia foi moderadamente eficiente, por um lado impediu que os Dragões fossem capazes de ligar o seu jogo, mas, por outro lado, tornou o jogo da equipa local menos espontâneo o que facilitou o trabalho da defesa visitante.
Resumidamente a primeira parte foi exemplo de um jogo bastante feio, com poucas oportunidades de parte a parte e com muita luta a meio campo. Destacam-se dois apontamentos, um de cada parte. Da equipa dos Dragões um cabeceamento do avançado Rui Jorge ao segundo poste para uma defesa espectacular do guardião opositor. Da equipa Amoreiras-Gare, uma boa situação de ataque motivada por um corte errado da defesa e que culminou com o centro campista, isolado, a rematar a bola que ainda terá raspado no poste.
Na segunda parte, o treinador decidiu mudar a táctica para o habitual 4-4-2 apesar das inúmeras baixas e das adaptações que foi obrigado a fazer. Ainda assim, a opção mostrou-se eficaz..
Com uma entrada fulgurante, o golo não tardou a aparecer. Com inicio num lance individual no meio campo a bola chega ao médio Severino que remata cruzado indo a bola parar, ao segundo poste, aos pés do avançado Fonxeca que finaliza rematando enrolado mas colocado junto ao poste, surpreendendo assim o guardião adversário.
A equipa local pareceu sentir o golo e em sub rendimento não demorou muito até ver as redes da sua baliza abaladas pela segunda vez. Desta vez com inicio num lançamento longo de linha lateral para o centro da área executado pelo lateral Fábio, o central, na confusão, tenta cortar a bola que sai curta e fica à entrada da área onde o médio Dani para de peito e remata, fazendo a bola sobrevoar o guardião da equipa local.
Após a entrada mais forte o jogo equilibrou, mas dava sempre a sensação que o resultado estava, de certa forma seguro. No entanto após um canto puxado e junto à baliza o lateral Amândio tem a infelicidade de colocar a bola na própria baliza ao tentar tirar a bola da zona de perigo.
Desta feita foi a equipa dos Dragões que acusou o golpe, tendo sofrido uma fase de maior pressão que cedo se dissipou. O jogo estava de novo equilibrado no meio campo, embora mais partido do que na segunda parte, com mais bolas a sair para as costas de ambas as defesas, ainda que sem representar perigo concreto.
O golo do empate surge de um jogada algo fortuita, onde de uma recuperação de bola em que a equipa visitante ficou a pedir falta, a mesma segue para o centro campista que numa tentativa de cruzamento em jeito de balão acaba por fazer o golo surpreendendo o guarda redes Hugo Severino. A partir deste momento e até ao fim já não muito distante o jogo pautou-se pelo mesmo equilíbrio que se tinha verificado ate aí.
Da segunda parte destacam-se outras duas jogadas, também uma para cada lado. Do lado da equipa local uma jogada de insistência do avançado que aproveitando outro erro do adversário fica isolado perante o guarda redes Hugo Severino que sai rápido para fazer a mancha e leva a melhor defendendo para canto. Da parte dos Dragões, uma bola perdida da luta a meio campo que vai parar aos pés do avançado Calvo que, em boa posição, opta pela força em vez da colocação rematando forte, mas por cima.
São estes os momentos marcados na imagem que o cronista faz do jogo. Mais uma vez, correcções ou adições serão sempre bem vindas na secção dos comentários.
Antes de terminar resta agradecer à equipa Amoreiras-Gare que nos recebeu muito bem, num campo com boas infra-estruturas e condições e cujo grupo de jogadores preza pela forma correcta como aborda o jogo. Um sincero Obrigado e até a uma próxima vez.
Abraço.
Dani.
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